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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Borges (Emanuel Medeiros Vieira)




É vasta a nossa população de mortos.
O mundo, Borges,
infinita biblioteca, além – é claro – de tigres,
espelhos, labirintos, punhais, livros, proféticos
sonhos, Homero, Camões, outros cegos – você,
a sombra enaltecida não é sombra,
claridade de alguns labirintos,
portas, enigmas decifrados,
alta capacidade mnemônica.


Homem vendendo peixe (Carlos Nóbrega)

(Oswaldo Goeldi)


Veio o peixeiro
com o seu arco sobre os ombros
de onde pendiam cavalas
boquiabertas,
estarrecidas,
os olhos arregalados,
olhando com força para mim,
olhando com força para nada.


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