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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

A fonte (Mariel Reis)


I

 A fonte incessantemente
Murmura o seu nome,
Nada interrompe
Suas mil línguas
De lavrar na pedra
A promessa da eternidade.
Se amor ou o acaso
Desconheço a necessidade
De distingui-los com precisão
Porque segue marcado
Com seu brilho agudo
Dentro de meu coração.

 II

 Não se exaspere com a morte.
É apenas uma palavra -
Mesmo cava dentro do peito -
Repleta de sons agudos.
Não, não se intimide
Com o susto
Embora parte do meu rosto
Permaneça indecifrável
E repouse, nessa sala,
Sob o escuro.

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Os poetas de setenta anos (Ivo Barroso)

Ao Sr. A. Rimbaud



E o Velho, então, fechando o livro do dever,
Exausto e satisfeito ia dormir, sem ver
Que à força de se impor prorrogações horárias
De trabalho, arriscava as frágeis coronárias.