Translate

domingo, 9 de setembro de 2012

Memória e Linguagem (Emanuel Medeiros Vieira)



 

Quero falar da memória não como algo mecânico, mas como base de toda a identidade. Memória como instrumento de justiça e de misericórdia. Não por acaso, na mitologia grega, Mnemosina, a memória, é a mãe das Musas, ou seja, de todas as artes, do que dá forma e sentido à vida. Sim, ela protege a vida do nada e do esquecimento. A literatura não deixa de ser (também) um instrumento de transfiguração de um momento (eternizar a memória). Uma busca de perenizar o instante para convertê-lo em sempre. O ato da lembrança é ao mesmo tempo caridade e justiça para as vítimas do mal e do esquecimento. Muitas vezes, indivíduos e povos desapareceram no silêncio e na escuridão. Muitos devem se lembrar das ditaduras que, apagando as fotografias dos banidos querem, em verdade, apagar a sua memória. A memória é resistência a um tipo de violência: àquela infligida às vítimas do esquecimento. A memória é o fundamento de toda identidade, individual e coletiva. Guardiã e testemunha, a memória é também garantia da liberdade.

sábado, 8 de setembro de 2012

Lições de poesia (José Santiago Naud)*






Encontro primoroso de fervor e inteligência, este registro literário agora publicado reúne dois importantes escritores mineiros residentes na capital federal. Com grande felicidade vem comprovar, em prosa e verso, a prestigiosa posição de Alan Viggiano e João Carlos Taveira no cenário das letras nacionais. Alan desenvolve aqui a sua conferência pronunciada na ANE o ano passado, quando com amplitude já abordara personalidade e valores estéticos na obra do poeta Taveira. Ressalte-se a virtude de riquezas primordiais oriundas na província e orientadas a partir da originária Caratinga ou Inhapim, ampliadas em dimensão de universo.