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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Deusa (Francisco Miguel de Moura*)



 (Gustave Courbet, Mulher nua com cachorro)

Era uma deusa humanamente bela,
de olhos molhados a deitarem luz,
sobre perdidos corações sem cores.
Desprendia paixões nos seus encantos.

Da carne, o cheiro, a tepidez, o orvalho
eram pingos da tarde... E a noite vinha.
Mas o brilho dos olhos tão intenso
iluminava  todos os caminhos.

E eu disse  “tolo”!  à blusa que se abria
à brisa, que assanhava as mentes frias,
cheia da graça dos recantos da alma.

De repente,  nas asas dos seus braços
levado vi-me e, pelos céus abertos,
caírem penas pelos meus pecados.
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*Poeta brasileiro, possui os blogs:
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**Este poema, por causa do seu erotismo e talvez, por isto, ninguém sinta que não tem rimas, tem me rendido muitos elogios e várias publicações.
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Filmes recentes de Woody Allen (Guido Bilharinho)



Convencionalismo e Irrelevância


 Poucas e Boas

                        O filme Poucas e Boas (Sweet and Lowdown, EE. UU., 1999), de Woody Allen, a respeito de hipotético guitarrista estadunidense de jazz, demonstra competência formulativa e direcional, incidindo aquela nas imaginosas situações vividas pela personagem e esta no domínio da direção. Requisitos, aliás, exigidos de qualquer filme, por mais comercial seja, que é o caso, no qual, tirante os atributos citados, nada mais resta do que passatempo digerível entre selecionada musicalidade e peripécias e extravagâncias nas quais se envolve o protagonista, mercê de forte desorientação vivencial atribuída por Allen, autor da estória, tanto a temperamento caótico quanto à formação desordenada, temperados e liquidificados filmicamente com habilidade e leveza à margem da arte cinematográfica, não, porém, da musical, que exalta e exalça.