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há um mês que não escuto a tua voz rascante, teu suspiro de cobrança, teu passo
cortante, nem teu bafejo de estio.
Há
um mês que teus braços esguios não me arrocham, a cobrarem segredos
inexistentes, num garrote longo e gostoso, apesar de louco e, raras vezes,
enervante.
Há
um mês que tu te foste, e eu fiquei. Fiquei... De início, aliviado, confesso
agora. Para, poucos dias depois, vagar a esmo, sem norte e desajeitado. Tal
qual um fantasma, espectro de mim mesmo, estiolado e sem destino.
Há
um mês que sonho com o pesadelo da tua volta. Venha logo, vai.
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