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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Esta tristeza (Teresinka Pereira*)




 










Esta tristeza é como
um cálice de vinho vazio,
como uma voz adormecida
que não alcança a sair de mim
e que não deixa a cintura do tempo
bailar em minha alma
uma nova canção de amor.

Esta tristeza já filtrou
as madrugadas mais sublimes
de imaginadas paixões
com teu corpo sobre o meu,
fogo e doce brisa essencial,
palpitante entrega, delírio clássico
do amor ate a morte.

*Teresinka Pereira, poetisa brasileira e internacional, tradutora, ensaísta,  mora nos Estados Unidos, onde foi professora de Literatura Brasileira. Dirige a IWA - International Writers na Artists Association. Endereço: P. O. Box 352048, Toledo OH 43635-2048, USA.

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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O tempo existe (Francisco Miguel de Moura*)





Existe um tempo que sequer sentimos,
existe um tempo que sequer pensou-se,
existe um tempo que o tempo não trouxe,
existe um tempo que sequer medimos.

Existe mais: um tempo em que sorrimos,
diferente do tempo em que chorou-se,
e um tempo neutro: nem amaro ou doce.
Tempos alheios, nem sequer são primos!

Existe um tempo pior do que ruim
e um tempo amado e um tempo de canção,
existe um tempo de pensar que é o fim.

Tempo é o que bate em nosso coração:
um tempo acumulado em tempo-sim,
e um tempo esvaziado em tempo-não.

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*Poeta brasileiro, nasceu em 16.6.933, em Picos, PI, mora em Teresina. Formado em Letras, com pós-graduação em Crítica de Arte, em Salvador.

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