É estio de safra larga: só os insetos
enfloram coragens em horas desistidas
de nós.
Ao largo, o branco e a luz sobre pedras e
vidas (o verde fugiu em vôos silenciosos).
Ontem, sem mais cafés, ousou-me
uma visagem, rara fêmea azulada
qual disco voador entre miguéis e gabriéis.
Estarei louco? Ou junho descoube de sempre
de seus milharais?
Conto os dias ― Ave Maria! ― e passo as noites
― Cheia de Graça! ― em que nada se me pousa
sem me ferir de ternura ou ferrugem nesta profunda
solidão.
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* Poema publicado na Revista do Instituto Cultural do Oeste Potiguar - Icop, nº 16, setembro/2012.
- Webston Moura é poeta e mantém o blog Arcanos Grávidos
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