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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Vidas (Pedro Du Bois)



No calor da pugna
no calar da ruína
no colar exposto
na prática prisão
dos elementos: o ouro
                       reluzente
                       craveja a pedra
                       arremessada

         o colar sufoca
                     a vida
              inexistente.

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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Arte e memória em Proust (Franklin Jorge)




A transmutação da memória em uma necessidade diretamente sentida, segundo Marcel Proust, liberta-nos dos vínculos dos sentidos e da escravidão do presente, fazendo-nos submergir na intuição de uma vida imortal.

Ele proclama que o poeta precisa é da memória [considerada pelos antigos a “rainha das artes”], pois através dela resgata a profunda essência do ser. Tal processo, de natureza involuntária – talvez haurido na leitura de Bergson –, torna-se possível através da evocação de um perfume, de um sabor, de uma textura, de um raio de luz caindo subitamente num objeto ou mesmo entrando de quarto adentro.