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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Farquhar e Lobato (Enéas Athanázio)


Uma parceria improvável












A edição brasileira da monumental biografia de Percival Farquhar (1864/1953) traz um capítulo extra que é uma curiosidade e bem merece um comentário (*). Nesse breve capítulo, que é um autêntico ensaio, é abordada a posição de ambos em relação aos problemas do país naquela época e a opinião que cada um fazia do outro, ainda que nunca tivessem se encontrado em pessoa. Para Monteiro Lobato, patriota e nacionalista, Farquhar não passava de um perigoso aventureiro internacional que pregava o entreguismo e encarnava o próprio imperialismo. O escritor temia a ação do americano, em especial sua capacidade de abrir portas de maneira não ortodoxa, através de polpudas propinas que, segundo seu biógrafo, eram repassadas por seus advogados e engenheiros bem relacionados, nunca por ele próprio, que seria quacre convicto. Farquhar, por outro lado, encarava as campanhas de Lobato pelo ferro e pelo petróleo com ceticismo e ironia, vendo-as como uma espécie de combate a moinhos de vento por um homem que vivia no mundo da lua e que, por sinal, é o título de um dos livros de Lobato. O tempo mostraria que Lobato estava certo, tanto com a descoberta do primeiro poço de petróleo na Bahia, por coincidência num lugar denominado Lobato, e pelo inegável sucesso da usina de Volta Redonda.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Confirmação (Inocêncio de Melo Filho)





 











A fumaça branca ondeia no ar
Oculta a capela sistina
Legitima a pompa
O papeiro
A papa
A papada
E o papa.

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