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sábado, 30 de junho de 2012

Espelho (Teresinka Pereira)




Hoje meu zelo
uma vez mais
destruiu a morte
precisamente
quando sussurrava
uns fragmentos
sobre o destino.

Voltei-lhe
o olhar errante
e despedacei
seu véu rutilante
deixando-a nua
diante do espelho.

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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Uns aforismos (Hilton Valeriano)


27
No sexo, o amor partilha apenas a desesperança de um ato incólume.

29
No amor pagamos tributo de nossos defeitos assim como de nossos melhores intentos.

37
No sexo, o pudor é o estigma pelo qual o espírito ainda faz-se pulsar.

42
A insuficiência do homem advém do fato de que ele morre e de que nada pode ser feito ou remediado por aqueles que permanecem vivos.

43
Na morte tudo nos remete à vida.

44
Não raro, na iminência da morte consentimos em viver.

45
Se a morte possui uma dimensão trágica, essa reside no encerramento definitivo de todos os fatos, pois a vida não tolera dimensões definitivas.

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