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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Variações sobre um tema de Julia Prilutzky* (João Carlos Taveira)



 








(Dafne e Cloe -1824 -,  de François Gérard)



Para A.


Estou tão perto
de ti,
que não me vês.

Estás tão próxima
de mim,
que não me ouves.

Estamos tão juntos,
tão colados
um ao outro,
que nem percebes
o meu chamado:

um grito de desespero,
meu pedido de socorro.


(*) Poema do livro inédito que ora se finaliza.

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Em lembrança (Carlos Nóbrega)











Para onde foram os dias
que um dia estiveram comigo?
Foram à Cochinchina?
Saboeiro? Pra Pasargada?
Para onde vão os dias?

Em que margem de rio
viram cascalho,
pepita de aluvião?
(Oh não me falem em Aqueronte
que eu gosto mesmo é de Amazonas
com suas mães-d’água
de peitos generosos
para a gente mamar)

Onde é o cemitério dos dias?
Onde é que fica a lápide
do 23 de Maio de 2008,
que eu quero mandar um punhado de rosas-loucas
sem dizer porque.

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