Para: Francisco Carvalho
Nos campos de meu pai antigamente
as chuvas
inundavam meus pensares
e do pomar do céu
pingavam frutos.
Ventos ninavam
aves repousadas
nas árvores vigias
de seu sono,
sentinelas da luz
crepuscular.
As ovelhas baliam
suas crias,
os vaga-lumes
alumbravam tudo
e a solidão das
vacas nos currais.
Duendes se
assustavam co’os trovões.
Na escuridão dos
quartos o perfume
do amor gemente à
sombra dos lençóis.
Invernos que de
mim se evaporaram
nos campos de meu
pai antigamente.
(2.9.97)
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