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quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Babel (Silvério da Costa)


Trata-se de mais uma dádiva do desmedido talento deste contista que nos surpreende a cada novo livro que edita, com sua forma inconfundível de narrar os fatos do cotidiano, da vida, do mundo e do submundo, com todas as suas quizílias e espantos!

Os contos de Maciel devem ser lidos, relidos e treslidos, porque fantásticos e inquietantes. Chegando, alguns, às raias do surrealismo, do absurdo!... Todos eles, entretanto, são verdadeiras obras-de-arte, porque aureolados por sortilégios que cativam e encantam. Nilto Maciel, com sua indiscutível sensibilidade, brinda-nos com mais esta série de contos, prenhes de sarcasmo, através dos quais faz verdadeiras incursões pelos escaninhos da alma humana, desnudando personagens inusitadas, investidas de singularidades estranhas, patéticas, burlescas, tolhidas pelas circunstâncias da vida, e dando-lhes, quase sempre, uma resolução surpreendente, típica dos contistas contemporâneos.

Assim é Babel, assim é a Literatura de Nilto Maciel, que toma corpo e se agiganta no cenário nacional. Ele é, sem dúvida, um dos melhores contistas brasileiros da atualidade. E, por isso, merece o nosso respeito.

(Diário do Iguaçu, Chapecó, SC, 17/6/1998)
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