Trata-se do Romance ganhador do Prêmio “Cruz e Sousa”, de 1996, que narra a(s) aventura (s) e desventura (s) da família Coqueiro, principalmente Lamartine, suposto tradutor, para o Português, do livro "O Romance da Rosa Gótica”, escrito por um tal de Charles d'Avignon, na Idade Média, mais precisamente entre 1245 e 1249.
O narrador, Victor Hugo, primo de Lamartine, na ânsia de esclarecer tal fato, mergulha num turbilhão de hipóteses, criando um labirinto digno de fazer inveja a Dédalo. Sair dele é a questão, mas até que o consegue fazer de forma airosa.
A trama é um misto de sonho e realidade, vivenciados por Victor Hugo, podendo ser o livro enquadrado dentro do que se denomina de “Realismo Fantástico”. E por ser um Romance que fala de romances e de autores, apresenta como prevalência a metalinguagem.
No fundo, o livro denota a busca das raízes genealógicas da família Coqueiro, sua história e fixação na Gótia (Palma), além da homenagem a Rosa, uma menina por quem Lamartine era apaixonado e que acaba morrendo afogada.
O personagem central diz a certa altura que “A Literatura é um labirinto”. Nada melhor do que este livro para provar tal assertiva. Lê-lo, é a oportunidade que cada leitor terá de se transformar, às vésperas do 3.º milênio, num Ícaro moderno, com asas indestrutíveis, e conhecer um dos maiores romancistas deste país, na atualidade.
(Diário do Iguaçu, Chapecó, SC, 10/3/2000)
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