Os fornos carvoeiros
Têm os seus guris pretos
Com os olhos fagueiros
Em toscos comequietos
Sempre uns serviceiros
Se tornando espectros
Os gabirus rueiros
E os seus tristes gestos
Os piás clandestinos
Dos fornos carvoeiros
Têm nos frágeis meninos
Coitados, de trigueiros
Humildes com destinos
Em cruzes sem luzeiros
E são como caprinos
Nesses vis pardieiros
Os clandestinos fornos
Têm os moleques pretos
Na pele os contornos
Com fuligem em espectros
De exploradores donos
Morrem magros, infectos
Assim, em abandonos
Nem terão filhos ou netos
Meninos carvoeiros
Que sustentam seus pais
Pobretões e cordeiros
Desses guetos gerais
Passam dias inteiros
Transportando, em pás
Tantos carvões vermelhos
Que a morte lhes traz
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Os patrões vivaldinos
Desses escravos pretos
São de grandes domínios
E têm lucros certos
(Os curumins, franzinos
Quais gravetos – espectros
NOS FORNOS CLANDESTINOS
SIMPLESMENTE SECAM)
De Itararé-SPE-mail: poesilas@terra.com.brwww.itarare.com.br/silas.htm
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