Quero do nada o barulho das coisas
silêncio em que envolvo a noite
onde sombras apresentam tormentas
cães imóveis nas beiradas das casas
zelam o sono dos donos espiam o que quero:
ínfima parte repartida
antes da aurora e do acordar da amante
corpo sobre a cama imensa de vazios
meus pobres pedaços
vontade ânsia angústia e morte recolhidas
nada e tudo rodeado em vida
recolhida nos desvãos das luas novas
escuridão em que os espíritos tateiam as paredes
corpos roçam vontades
mães sobressaltadas na perdição dos sonhos.
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