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quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ruínas (Ailton Maciel)



Meu Próximo, medita em mais: talvez, até,
Lá para o diante, se hoje o punho ultriz levantas.
Verme - talvez alguém te esmague a ti com o pé!

(Júlio Maciel, "Do homem ao verme")

Sinto em mim a dirupção do meu viver,
e da calma que guia e me conduz
no duro labirinto do sofrer,
morre em mim a doçura, a vida, a luz!

Prazer não sinto, nada me seduz,
impassível estou ao padecer,
vendo, dia a dia, aumentar a cruz
que à vida rouba todo seu prazer!

Que importa tudo: – a luz, o ouro ou a glória,
o fracasso, a desonra ou a vitória;
pó, só pó, é afinal, o que somos!

... E quando à vida a esperança roube o mundo
ou a morte venha, só por um segundo
deixamos de ser tudo e o mais que fomos!

Fortaleza, 26/2/65
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