Vou por linhas paralelas
versinhos versificando,
e as rimas, tantas delas,
entre açucenas rimando.
Ares que me fazem bem
os ventinhos cá da praia,
e ainda trato com desdém
essa tal de essência gaia.
Viver versejando versos
eis então o que se adora,
versos pobretes, dispersos,
todavia, ou embora.
Uma noitinha toutinegra
estamos vivendo na praia,
nesta noite não se arregla
nem mesmo a essência gaia.
Serão versos silmanares
estes versinhos meus,
sei que são bem exemplares
aos olhos do bom Zeus.
Daqueles dias enfadonhos
em que o sol está ausente,
ventos, ventinhos medonhos,
nuvens nublando a gente.
Velocidades constantes
ventarolando os ventinhos,
são os dóceis arezinhos
ventando esvoaçantes.
Sentar cá no escurinho
é uma delícia sem par,
me vou longe a divagar
buscando algum versinho.
Como vou eu então ficar
sem o menor pensamento,
é folha levada ao vento
que corro longe a buscar.
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