Andei buscando no frio
algum versinho faceiro,
mas o pensar é vazio
neste inverno caborteiro.
Típica tarde hibernal,
os ares, a névoa, chuvinha,
meus versos, a ladainha
do meu mundo magistral.
Ventos ora vêm, ora vão
nestas borrascas julinas,
e parecem assombração
em cantorias cantorinas.
Daquelas tardes sombrias
sem nenhum encantamento,
eu e os versos num só lamento
metidos em borrascas frias.
Hora de juntar os pelegos,
tempo de sombra nos caminhos,
cobertor de orelha, arreglos,
os meus versos e meus vinhos.
Pássaros cantam chorosos
nos ramos, na galharia,
reclamam em cantoria
destes dias hibernosos.
Santos ventinhos julinos
já totalmente hibernais,
ventos lúgubres, teatinos,
clamais, chorais, penetrais.
Nesta borrascas de julho
o tempo é mesmo inclemente,
fazendo de cada um impotente,
reduzindo eu e você num bagulho.
Os ventinhos hibernais
que chegam das cordilheiras
são mensagens ligeiras
que passam e não voltam mais.
Borrascas, borrascas, borrascas,
sombrias, sombrias, sombrias,
nevascas, nevascas, nevascas,
invernias, invernias, invernias.
Daquelas manhãs hibernais
tipicamente geladas,
a aura, as brisas molhadas
têm os modos infernais.
Andam ventinhos hibernais
neste julho, nas borrascas,
respiram viventes às vascas
com os friozinhos que tais.
15/07/10