Céu azul do pensamento,
ventinhos fazendo farra,
águas calmas, verso-intento
cá no cantinho da Barra.
Num eterno filosofando
vou então a excogitar,
a vida é o eterno avatar
que vamos emoldurando.
Os ventinhos, doces ares
da estação primaveril
trazem alaridos mil
na volúpia dos cantares.
Tarde nublada no mar,
ventinhos em romaria,
somos três a excogitar,
eu, os versos e a Poesia.
Vivo na vida impregnado
do rumor eterno dos mares,
dir-se-ia, rum(or)(ar)ejado
de bulícios e avatares.
Para a glória da Poesia
nos quatro pontos cardeais,
seguimos, eterna romaria,
eu e os versinhos banais.
Mares verde-azulados
na manhã segunda-feira,
queres queira, quer não queira,
vagam versos alumbrados.
Ventinhos andam rondando
a agitar os meus papéis,
são ventares ventanejando
os versinhos-ouropéis.
Vagam versos-maresia
cá na beirinha da praia,
até mesmo a essência gaia
anda ao léu em romaria.
Eivada de inspiração
a natureza aqui na Barra,
os ventos fazendo farra,
as águas uma doce canção.
Andam ventos-maresia
ali na beirinha da praia
insuflando essência gaia
com murmúrios de Poesia.
De vez em quando acordo
com um verso me chamando,
em súplicas, suplicando
para tê-lo em meu bombordo.
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