(Poema colhido em Revista Cirandinha: ver link ao lado)
quis recolher as emoções mais raras
de ternura, de amor, nos livros meus.
escrevi-as nos dias - noites claras -
nas caladas da vida, o' santo deus!
chorei dores daquelas sem aparas,
como sofrem, sem culpa, tantos réus
vivi vidas sem nome, de tão caras
como suster a fé entre os incréus.
tanto trabalho e tanta luta em vão!
frutos virgens apanho em meu declive
e ofereço aos que passam. nem se dão...
por tudo, uma palavra nunca tive,
nem de consolo nem de compaixão.
tristezas de escritor só ele vive.
/////
(O poeta e a solidão)
quis recolher as emoções mais raras
de ternura, de amor, nos livros meus.
escrevi-as nos dias - noites claras -
nas caladas da vida, o' santo deus!
chorei dores daquelas sem aparas,
como sofrem, sem culpa, tantos réus
vivi vidas sem nome, de tão caras
como suster a fé entre os incréus.
tanto trabalho e tanta luta em vão!
frutos virgens apanho em meu declive
e ofereço aos que passam. nem se dão...
por tudo, uma palavra nunca tive,
nem de consolo nem de compaixão.
tristezas de escritor só ele vive.
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