Tarde primavera azul,
nuvens poucas no espaço,
canarinhos em compasso
cá pras bandas do meu sul.
Algum rumor que se alteia
vindo da beirinha da praia,
deve ser a essência gaia
fabulando com alguma sereia.
Brigadeiros celestiais
estes céus tão azuis,
magias verdes, concluis,
são os mares-poemas colossais.
Ventanejares fecundos
nesta noitinha dos ventos,
vão eles cumprindo intentos
de mensageiros dos mundos.
Andam gotículas frias
volitando pelos ares,
é a Poesia dos meus mares
disfarçada de maresias.
Vento, ouvindo teu sibilar
nestas tardes primaveris
alguma coisa então me diz
que devo contigo cantar.
Destes céus a magnitude,
dos meus mares a realeza,
e eu nunca jamais pude
versejar tanta grandeza.
Ventos parecem visagens
nestas noites barulhentas,
como ventanejas - ventas,
ventinho - nestas paragens.
Nas manhãs primaveris
ouvindo o som da passarada
teço versos em disparada
buscando as rimas mais hostis.
Maravilhas que seduzem
eu vejo em tantos lugares,
e todas elas conduzem
aos céus, terras e mares.
O ventinho primaveril
nesta manhã domingueira
traz a Poesia faceira
em cantigas de encantos mil.
Barra do Saí/281110
/////