Decór
Ação
Vem de lasso o coração.
Na noite quente estrelar em fogo
Espelha-se num vogo mar de vagas a devagar.
Vem de vasso coração,
Nos vermes que roem as notas tristes da canção
Na trilha arena de areias entre as cenas a espraiar.
Vejo-te à noite, laxo, a desprender no céu um facho enluarado
O peito aperta e apertado espreme a lembrança da lança no peito a lancinar.
Um teu sorriso doutro me chega como em chamas que me chamam, e enchamado,
Posto em mim, trago a sem telha amarga do não abrigo
E comigo a lembrança esporeada — tarda música maculada,
E o fardo impenso da espera.
Derramam-se por trago chão, as migalhas do que sou em pão.
Em ti, do que sou, em pão e viscera.
Vem de lasso o coração.
O que move-se e morre-se a todos os teus dias;
O que vai de mim contigo quando te sais;
O mesmo que não me deixa quando então se foi;
O que é por nunca ter sido só e apenas;
O que me’dula mais do que a ti.
O teu, pois que a mim não-afora pertence
Qual pensa mente perdida no vão
Dos teus castanhos entretidos na distância vazia de
uma minha saudade
De esta tua boca, que quando silencia, finalmente, se entrega
E fala mais do que as tuas seguras palarvas.
/////
Ação
(Heart, 2009, Kathy Mueller-Moser)
Vem de lasso o coração.
Na noite quente estrelar em fogo
Espelha-se num vogo mar de vagas a devagar.
Vem de vasso coração,
Nos vermes que roem as notas tristes da canção
Na trilha arena de areias entre as cenas a espraiar.
Vejo-te à noite, laxo, a desprender no céu um facho enluarado
O peito aperta e apertado espreme a lembrança da lança no peito a lancinar.
Um teu sorriso doutro me chega como em chamas que me chamam, e enchamado,
Posto em mim, trago a sem telha amarga do não abrigo
E comigo a lembrança esporeada — tarda música maculada,
E o fardo impenso da espera.
Derramam-se por trago chão, as migalhas do que sou em pão.
Em ti, do que sou, em pão e viscera.
Vem de lasso o coração.
O que move-se e morre-se a todos os teus dias;
O que vai de mim contigo quando te sais;
O mesmo que não me deixa quando então se foi;
O que é por nunca ter sido só e apenas;
O que me’dula mais do que a ti.
O teu, pois que a mim não-afora pertence
Qual pensa mente perdida no vão
Dos teus castanhos entretidos na distância vazia de
uma minha saudade
De esta tua boca, que quando silencia, finalmente, se entrega
E fala mais do que as tuas seguras palarvas.
/////