De Carlos Trigueiro:
Oi, Maciel, muito bom o artigo "Literatura de violência...". Aliás, tempos atrás, quando te enviei o artigo do Pécora, algo me dizia que haveria sintonização com o desenvolvimento das tuas ideias.
De Cynthia Torres:
Oi, Nilto, muito interessante o que você escreveu. O nível intelectual do brasileiro está abaixo do esgoto. 99% dos brasileiros não dá a mínima para literatura, educação, arte, ética e nada que seja de bom gosto. O negócio é ganhar dinheiro, passar os outros para trás e curtir big brother, axé, funk, forró, etc... Educação, inteligência, bom gosto, é para poucos. Acertadamente você falou dos católicos. Mas, os cristãos (de verdade) sempre foram e serão minoria em qualquer lugar do mundo, mesmo no Brasil que se diz ter maioria cristã. Nilto, você é uma raridade. Gosto muito de você. Como anda a vida em Fortaleza?
De W. J. Solha:
Ligadíssimo comentário, Nilto. Genial. Minha impressão é a de que nós, escritores, estamos mais ou menos como o ferreiro – que vive de ferraduras – vendo o primeiro fordeco apontar lá na esquina. Lembra-se dos quatro pistoleiros de Meu Ódio Será Tua Herança vendo metralhadoras e automóveis chegando no Far West?
De Webston Moura:
Camarada Nilto Maciel, envie isso imediatamente para o Observatório da Imprensa. Gostei! Acho que está faltando provocação no meio literário. Provocação no sentido de abrir ideias. E, numa boa: você e o Pedro Salgueiro, por exemplo, poderiam fazer crítica literária mesmo, com peso e força, pois têm densidade pra isso.
De Carlos Besen:
Salve Nilto, muito bem, estou de acordo. Seu artigo refere-se aos gêneros narrativos. Fiquei comigo imaginando o que você diria da poesia do hoje-hoje. A mim parece ser um fenômeno ainda mais complexo, os parâmetros são bem outros. Fica o desafio para um novo texto. Abraços cordiais.
De Eduardo Sabino:
Maravilha de texto, Nilto. Mexeu e remexeu em algumas das feridas pelas quais nossa literatura atual sangra. Concordo com tudo ou quase tudo. Realmente há muitas reportagens por aí sendo chamadas de literatura, textos sem subjetividade alguma.
De Astrid Cabral:
Nilto, gostei muito do seu texto, bastante bem argumentado. Concordo com você, toda sociedade é doente, cada qual com seus males. Não reconhecer isso é fechar os olhos à realidade imediata, dar uma de avestruz de bico no chão. Mas também acho aceitável fechar os olhos para ver por dentro, e inaugurar outros mundos de fantasia ou utopia. Aí a meu ver reside a riqueza da criação que vai além da cópia, inaugurando o novo. Particularmente não gosto desse mundo bruto que reproduz o dos jornais, mas respeito o trabalho literário de um Aluizio Azevedo, Nelson Rodrigues, Rubem Fonseca, João Antônio (é esse mesmo o nome do autor de Malagueta, Perus e Bacanaço?) e tantos outros, agora em penca no pós-moderno. É sempre o tratamento do tema que os redime. Acho que o Alcir é muito radical ao dizer que a literatura mediana é pior que a literatura ruim. Afinal, deve haver leitura para todos, sejamos democratas. Há pessoas que se comprazem com o Paulo Coelho e têm o direito disso. Para mim ele é fraco, sem graça, insosso, mas os leitores, embora diferentes, são narcísicos e procuram seus pares.
De Webston Moura:
Livros não deixam de ser mercadorias, sejam editados por grandes ou pequenas editoras. Isso estabelece regras e necessidades de mercado, mesmo que seja um mercado local e meio "arbitrário". O crítico participa desse "jogo", sendo mais ou menos sincero. E como somos hoje um mundo de inúmeras influências, então ocorre uma "contaminação" geral do fazer literário, esse fazer que não espanta mais que a própria realidade com toda a sua carga de violência e frustração. Qual o marco de bom e ruim atualmente? Parece fácil, mas não é, penso. Teu texto, a meu ver, contribui mais a partir de algo de que sinto muita falta hoje: provocação e um certo tom de intimidade confessada que faz de ti ainda um ser humano de carne e osso e não uma dessas pessoas (literatas e frescas) guardadas em seus castelos com seus fantasmas (esperando os elogios falsos de seus súditos).
O espanto (o algo mais, a transfiguração) que o escritor deve buscar para "surtar" sua escrita ainda é o que torna essa escrita literatura. Para melhor caminhar nisso, penso, necessário é nao mentir sobre reais intenções. E o meio literário, como todo meio humano, está cheio de mentira e pilantragem. Talvez essa mentira já seja um valioso tema de uma escrita. Com provocação. Gostei dessa tua provocação e espero que outras pessoas tenham vontade de abrir o coração assim.
De Carmen Silvia Presotto:
“A arte existe porque a vida não basta” , escuto este sopro de Gullar ao ler este ensaio, ao que emendo ao meu pensar por aqui.
E a arte transforma a realidade de quem lê ou não? E todo o leitor é um possível escritor ou não? Penso alto, porque concordo com o que dizes, sublimar, castrar, transformar, comentar e, principalmente, na minha opinião, implicar-se porque a escritura é o material com que se tece a vida... por isso, ler, escrever, viver são atos possíveis a todos... Implicar-se para se construir como sujeito de um tempo, senão segue o tempo dos sujeitos impessoais, onde tudo/todos podem ser objetos de uma mesma acão e só isso. Segue o tempo do silêncio e do descaso com o texto e a vida dos outros, e se nem a Arte nem a Vida bastam, onde colocaremos o tempo?
De Chico Lopes:
Bom artigo, e claro que o comentário do Pécora tem toda razão de ser. O narcisismo primário reina de tal modo no mundo literário que é quase impossível que a gente, tendo adquirido ainda que um pequeno nome como escritor e crítico, escape aos candidatos a gênios ou aos medíocres mais desqualificados que buscam elogios como quem busca água no deserto e nunca se contentam com menos que deslumbramento constante. Canibais desse tipo nos assediam o tempo todo (e olhe que nem sou crítico profissional, mas apenas um escritor que de vez em quando emite opiniões impressionistas sobre os livros que aprecia; tomei o partido de fazer silêncio sobre aqueles que me desagradam, mas este silêncio basta para atrair ódios despropositados). É preciso maturidade para aceitar críticas. Mas não vivemos num mundo de gente adulta de alma. O que mais há é o perpétuo adolescente ávido de afirmação, tribal (na medida em que a tribo diga amém), sempre à procura de espelhos lisonjeiros, para o qual a crítica é um horror e o crítico precisa ser despachado para o fim do mundo. E alguns madurões seguem sendo esse adolescente cri-cri e impenitente, sem nunca aprender nada, porque se julgam deuses prontos e acabados e todos os que não concordam com suas deidades invejosos e ressentidos. Isso não tem remédio não. O melhor mesmo é ignorar e manter, dentro do possível, uma integridade silenciosa.
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