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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Amante nas entrelinhas (Tânia Du Bois)


Entrelinhas: a porta por onde o vento passa.
Quando olho para um livro sinto que ele também está me olhando. Passo a mão carinhosamente na capa e, ao abri-lo, leio o significado que o autor deu às palavras. Vejo cada cena desenhada com os movimentos das palavras.
Entrelinhas: onde o poeta pousa seus pensamentos.
Parece mágica? Não. É apenas olhar a vida em alta definição. É viver as contradições, porque somos a soma daquilo que escolhemos ser e do que decidimos ler.
Entrelinhas: a liberdade presa.
Encanto-me com as leituras e a cumplicidade que o livro e eu assumimos. Sou amante das obras e seus significados interferem em minha vida, fazendo-me companhia nas horas mais necessitadas. Por vezes, dialogamos por horas como se o mundo parasse naquele momento em que nos descobrimos.
Entrelinhas: a ponte que une as histórias do povo.
Sou amante dos livros e não me limito apenas a um tipo de leitura. Gosto de ouvir o som das palavras e de ver a paisagem descrita em seus significantes.
Entrelinhas: o horizonte onde o sol nasce.
Ao ler, encontro vários textos e diversos contextos. Além de enxergar, ativo a memória para “ver” em cada escritor a sua verdade se integrando à minha vida.
Entrelinhas: marca do gol feito; a bailarina entre palco e platéia.
Sou amante dos livros e tenho preferência pela presença da poesia na minha vida, porque, de várias maneiras, ela determina a diversidade dos limites literários. Encontro nela a fonte de inspiração que me coloca em movimento, criando um mundo de ideias sobre o qual posso me apoiar.
Entrelinhas: trilhos do trem levando e trazendo personagens.
Sou amante dos livros e dos autores, que terminam por me influenciar com suas ideias, como sinais de mudança dos tempos: conquistar a vida com palavras.
Entrelinhas: a zebra como significada.
As entrelinhas demonstram a busca pela vida, pela criação e possuem características que formam o ponto de partida: tomada pela consciência redescubro a palavra, os sons e as cores, para o simbolismo sem contornos rígidos, porém emotivos, com ritmos ocultos, onde só o amor pode provocar a afloração da criatividade, tornando-me amante das entrelinhas.
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