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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Primos versos (Silmar Bohrer)



Entrei neste ano novinho
com alguma inspiração,
versos vêm e versos vão,
tratados todos com carinho.


De tragédias em tragédias
segue a vidinha arredia,
prantos, lamúrias, comédias,
vai-se um pouco da Poesia.


Voltaram as andorinhas
ao convívio dos beirais,
cantorias e ladainhas
nos bons tempos estivais.


Abro o jornal - tragédias !
Ligo a tevê - destruição !
Meu rádio, ondas médias,
só desgraças do mundo-cão.


Vou a pensar bem baixinho
em mais um ano que passa,
e rumino no escaninho,
como o tempo faz devassa.


Quantas pessoas imponências
são enganações tamanhas,
tanto brilho nas aparências,
tanto lodo nas entranhas.


Entra ano e sai ano
sempre a mesma emoção,
eu e o versinho anão
enganando o desengano.


Sol poente. Pura magia.
Barra do Saí. Anoitece.
Ares silentes. Calmaria.
A tarde agoniza. Desfalece.


Oh dóceis ventinhos !
Oh mares graciosos !
Oh céus azuladinhos !
Oh versos venturosos !


Respiro alegremente
pelos caminhos da vida,
alguma dor onipresente
vai na bagagem da lida.

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