Que é poesia? Para alguns, encantamento, mistério, enlevo de alma. Para outros, jogo de palavras, linguagem, participação. E para uns poucos, como eu, é tudo isso e mais um pouco, desde que haja como complemento doses equilibradas de tolerância e solidariedade. Há, ainda, aqueles — talvez os menos tolerantes — que a defendem como expressão máxima da língua, dentro de uma sintaxe e de um princípio formal preestabelecido.
Não havendo, fora do dicionário, consenso sobre o que é poesia, devemos — todos aqueles que praticam o verso — misturar os ingredientes acima num cadinho que nos faça cúmplices de pessoas, bichos, rios, vales, montanhas, objetos, sonhos e visões do passado, do presente e do futuro.
A propósito, Sachê de Violeta, de Glória Balduino Ganassin, vem ilustrar muito bem as palavras acima, porque é um livro de poemas em que tudo isso interage de forma clara e palatável.
Numa demonstração cristalina de personalidade criativa, a poetisa goiana-brasiliense traz a público, em forma de flores e folhas, borboletas, pássaros e outros animaizinhos da fauna do Cerrado, seus versos e sentimentos os mais íntimos, para deleite de seus leitores.
Boa leitura e boa viagem a todos que porventura embarcarem nesta nave espacial. Sonhar é preciso.