Via Rápida é o novo livro de poemas de Pedro Du Bois, editado pelo
Projeto Passo Fundo, na representação de Ernesto Zanette. O livro é arte e
lazer. Nesta obra o poeta marca encontro com os escritores: Paulo Monteiro, no
prefácio; Geraldo Fernandes, no posfácio; Gilberto Cunha, na quarta capa; Marco
Damian na orelha; e Eduardo e Layla Barbosa, nas ilustrações.
Du Bois não se curva, faz a sua poesia e não a dos outros. Ele não segue a
moda, que é o modo mais rápido de vencer na literatura. Porém, as portas se
abrem, agora, com o Via Rápida, que representa um passo a frente no rumo
poético: seu estilo, ao empregar as palavras é de quem sente as vibrações entre
o som e o significado na busca da poesia reflexiva. Diria até que não se
entrega a primeira leitura e, também por isso, é necessário elogiar a sua obra.
Não há meias palavras para descrever a grandeza da obra; sob a luz, os poemas
se destacam na influência da velocidade no correr dos dias.
“Descongestionada hora / de retorno: acelera / o
corpo // o sinal fecha /
em alerta // (na rapidez do gesto / sabe do
regresso:/ a antiga cidade /
reapresentada no lapso / fantasmagórico / de
agora).”
Já como influência consolidada, o autor mostra o passar das horas na medida em
que vai sentindo sua origem, embora escondida na lembrança; as palavras
entregam indícios de seu talento no misturar ficção e inspiração, para
descrever a liberdade em Via Rápida.
“... Reorganiza ideias: sorri o lado / de fora e
pensa a rapidez
da aurora / onde amanhece em silêncio.”
As ilustrações dos poemas aumenta o desafio à participação do leitor, dando
vazão para garantir a leitura no desfrutar as ideias e sentir que não há limites
estanques nas criações. Tanto a arte literária como a plástica se norteiam pela
qualidade, voltadas para tempos mais humanos, com a visão de conquistar e
entender o mundo em novas dinâmicas.
Pedro e Eduardo fazem arte marcante na nossa cultura, onde ocupam espaço
através de seus processos de criação, trazendo para o dia a dia o poder de
encantamento, reflexão e beleza.
“Encosta o corpo / no corpo vago da passagem //
escuta o som sussurrado //
com os olhos fechados relembra / acontecimentos:
corpos / selados em silêncio.”
O livro é jornada que se desenrola de forma arrebatadora, porque traz arte
literária em conjunto com a plástica, e isso faz a diferença, já que a
tendência da mente é a de viajar e viver o presente. É, também, gratificante,
desafiador e instigante: expressa que o viver passa em Via Rápida em
diferentes pontos de vista, ampliando a nossa visão cultural.
“O lugar vazio / a máquina desligada / o olhar
absorto // a primeira vez //
a contestação silenciosa / a constatação do fato.”
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