André Seffrin
Caro
Nilto, o que posso lhe adiantar aqui sobre Menos vivi do que fiei
palavras é pouco frente à alegria que foi a sua leitura, um livro que
tem muito das obsessões do Graciliano Ramos de Memórias do cárcere,
talvez a sua maior influência. Mas este e-mail é antes de tudo para lhe
agradecer o envio do livro e dizer da alegria que foi tê-lo em mãos nos
últimos dois dias. De fato, não consegui largá-lo, ou seja, atravessei suas
quase duas centenas de páginas sem interrupção e fiz dezenas de anotações ao
longo do texto. Serão, essas anotações, muito úteis para a realização da
matéria que pretendo entregar em janeiro para a Revista Brasileira da ABL, na qual farei um levantamento dos
principais lançamentos de 2012.
Nilto, é
estranho quando vemos em outra pessoa o nosso espelho. Seu Menos vivi do que fiei palavras
lembrou-me demais uma última leitura que fiz – em anos
mais recentes – de um diário que mantive há trinta ou
quarenta anos: a mesma quantidade enorme de livros sendo lidos, a mesma aflita
busca pela realização daquele que seria O conto, O romance, A peça de teatro, O
roteiro de cinema que falta ao Brasil, país que eternamente se sente
deficitário do que Dante foi pra Itália, Shakespeare pra Inglaterra,
Goethe pra Alemanha, etc, etc. Claro que jamais consegui nada parecido e vi
você dizer inúmeras vezes nesse seu livro que também não. Já escrevi
repetidamente sobre o assunto para os jornais daqui de João Pessoa,
com resultado sempre igual: nunca serei mais do que parte de um caldo de
cultura que talvez permita, um dia, que aconteça aquilo que a gente vê tanto
nas canções americanas: that dreams come
true.
Marilia Arnaud
Nilto, obrigada pelo presente de Natal. De pronto, o título do seu livro
mexeu comigo. É que muitas vezes me pergunto por qual razão abro mão de
estar em família, com amigos, de viajar, ir ao cinema, enfim, viver, para
simplesmente escrever. Honestamente, não tenho resposta. Será que
prefiro viver outras vidas, as dos meus personagens, do que a minha
própria? Sei lá! Sabemos tão pouco de nós mesmos... Impressionante o
número de leituras que fez entre 1986 e 1992! Em algum momento você
decidiu que deixaria de fazer críticas literárias para não perder mais amigos.
Isso de fato aconteceu?
Dimas Macedo
Nilto,
bela a crônica sobre os cinco livros. Mas o que está bom mesmo é ler o seu
diário Menos Vivi que Fiei Palavras. Cheguei ontem de viagem e me agarrei
com seu livro. Li umas 60 páginas e estou gostando da leveza e desse novo
gênero. Você, meu Poeta, é um escritor inesgotável.
João Carlos Taveira
Recebi hoje à tarde o exemplar de seu livro Menos vivi do que fiei palavras.
Obrigado. Já andei dando uma espiada e gostei do que vi, do que li.
Nesse fim de semana vou devorá-lo inteiro e depois lhe digo. Esse diário
certamente vai dar em outros volumes, espero. Você cita alguns autores,
mas o que mais se aproxima de sua temática é o Sérgio Milliet — que
registrou muito pouco de sua vida privada; o grosso das notas são
considerações críticas sobre livros, autores, músicos, artistas
plásticos, et alii. Parabéns por mais essa publicação e obrigado pelo meu texto na segunda orelha do livro.
Sabe
que comigo aconteceu algo semelhante. Durante muito tempo apontei quase
que diariamente reflexos do meu desjeito dentro do mundo, mas estava
ficando meio à la Kafka e acabei desistindo. Os cadernos estão
guardados. Você tem razão, o blog é mesmo uma espécie de diário, e eu,
pegando carona no seu veículo, de vez em quando publico alguma coisa
nesse sentido. Assim, o registro de nossas inquietações fica devidamente
registrado. Por isso, lhe sou e serei eternamente grato.
Dia desses pensei em colocar fogo nessas bobagens escritas há
mais de 20, 30 anos. Publicá-las eu não vou. Demandaria muito trabalho
de revisão, de reescritura, e não vale à pena. Quando eu morrer, a
família só irá querer saber se deixei dívidas ou se tinha algum dinheiro
escondido debaixo do colchão. Pois é, ainda tem esse negócio de
moralismo, de patrulhamento. Ainda bem que a Poesia nos salva desse
cotidiano medíocre e absurdo em que vivemos.
Já li 50 páginas do seu livro, cujo título é um decassílabo sáfico: Menos vivi do que fiei palavras. Olhe, estou gostando imensamente de tudo: temática, linguagem, vocabulário (descobri uma palavra que não conhecia: copelação), tratamento frasal. Depois, lhe digo mais. Fraternalmente.
Já li 50 páginas do seu livro, cujo título é um decassílabo sáfico: Menos vivi do que fiei palavras. Olhe, estou gostando imensamente de tudo: temática, linguagem, vocabulário (descobri uma palavra que não conhecia: copelação), tratamento frasal. Depois, lhe digo mais. Fraternalmente.
Valdemar Neto Terceiro
Caríssimo, recebi seu livro
ontem, antes de sair para o trabalho... Confesso que, pelo resto do dia, até a
boca da madrugada, ele foi lido e lido...
Achei-o bem intrigante, pelo ponto de vista em que o autor fala de si e de suas obras... Confesso que achei o título belíssimo.
Achei-o bem intrigante, pelo ponto de vista em que o autor fala de si e de suas obras... Confesso que achei o título belíssimo.
Como sempre, Nilto, muito
obrigado por esse presente... Foi uma das grandes leituras que tive no ano
(acredite, havia comprado num sebo 'os contos da montanha', parei de ler e te
dei toda a atenção, [risos] e valeu a pena e muito!). Forte abraço, que vivas
mais e fias mais palavras...
Ronaldo Cagiano
Recebi o exemplar de “Menos vivi do que fiei
palavras”, contendo suas crônicas e impressões literárias ao longo dos anos. Um
painel sincero de suas observações sobre livro e autores.Mais uma vez vc me
prestigia com um texto meu na orelha. Abraços.
Nilto, um livro e tanto, é um Nilto sem meias
palavras, confessional e angustiado com a mediocridade literária.
Jorge Elias Neto
Caro
Nilto Maciel, bom dia! Acabo de receber seu livro Menos vivi. Belíssimo
título. Só ele daria matéria de muita conversa... Compreender nossa relação com
a palavra... Somente os apaixonados, os dependentes... Nós. Muito obrigado pelo
presente.
Anderson Braga Horta
Nilto,
Obrigado por esses seus “diários de literatura”, em que você exibe algo de seu
fazer literário, pratica um pouco de crítica e faz algumas confissões, de que
destaco a sua luta persistente com o nosso meio editorial, cada vez menos
sensível ao que não seja best-seller, isto é, pacote pronto e acabado,
barato e com publicidade previamente acoplada, sem interesse cultural mas, em
compensação, sem risco e sem necessidade de empenho e engenho por parte do
comerciante.
Alberto Bresciani
Caro
amigo, com alegria, recebi o seu Menos
vivi do que fiei palavras. Uma bela edição, que será de valiosa leitura.
Muito obrigado pela lembrança e gentileza! Sim: valiosa leitura. Sempre
apreciei história – e história contada a partir do ponto de vista pessoal
das personagens – que os franceses chamam "petite
histoire". Esse enfoque em razão de gostar de pessoas e por apreender e
aprender com suas experiências. O seu livro é assim. Notei ao começar a
leitura. Já nas primeiras páginas, vejo observações instrutivas, tudo com o
estilo leve e fluido que percebo em sua sólida literatura – inclusive nos textos de seu blogue, que tenho acompanhado com
interesse. Aliás, senti-me recompensado e premiado pela sua postagem
generosa de hoje. Estou agradecido a você e Sofia (uma
personagem? Existe mesmo?). Pena ter-se mudado daqui. Teria um aluno a mais.
Concluo afirmando que a literatura tem sido, para mim, usando a expressão da
Wislawa Szimborska, uma tábua de salvação – pelo que
leio e, muito além, pelas pessoas que vou conhecendo. Assim é que, por tudo,
sou-lhe grato.
Assis Coelho
Nilto, recebi o seu "Menos
vivi do que fiei palavras" que é um livro prenhe de ensinamentos (embora
não seja este seu intento) e através dele conhecemos sua idiossincrasia (eita
palavrinha!) e nos faz lembrar mais uma vez que os mercadores de livros não
estão interessados em Literatura. Se estivessem, lhe publicariam e outros
merecedores de tal, sem fazer favor nenhum. Continue nadando contra a maré!
Grato e até breve.
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