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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Menos vivi do que fiei palavras: comentários





André Seffrin
Caro Nilto, o que posso lhe adiantar aqui sobre Menos vivi do que fiei palavras é pouco frente à alegria que foi a sua leitura, um livro que tem muito das obsessões do Graciliano Ramos de Memórias do cárcere, talvez a sua maior influência. Mas este e-mail é antes de tudo para lhe agradecer o envio do livro e dizer da alegria que foi tê-lo em mãos nos últimos dois dias. De fato, não consegui largá-lo, ou seja, atravessei suas quase duas centenas de páginas sem interrupção e fiz dezenas de anotações ao longo do texto. Serão, essas anotações, muito úteis para a realização da matéria que pretendo entregar em janeiro para a Revista Brasileira da ABL, na qual farei um levantamento dos principais lançamentos de 2012.


WJ Solha
Nilto, é estranho quando vemos em outra pessoa o nosso espelho. Seu Menos vivi do que fiei palavras lembrou-me demais uma última leitura que fiz em anos mais recentes de um diário que mantive há trinta ou quarenta anos: a mesma quantidade enorme de livros sendo lidos, a mesma aflita busca pela realização daquele que seria O conto, O romance, A peça de teatro, O roteiro de cinema que falta ao Brasil, país que eternamente se sente deficitário do que Dante foi pra Itália, Shakespeare pra Inglaterra, Goethe pra Alemanha, etc, etc. Claro que jamais consegui nada parecido e vi você dizer inúmeras vezes nesse seu livro que também não. Já escrevi  repetidamente sobre o assunto  para os jornais daqui de João Pessoa,  com resultado sempre igual: nunca serei mais do que parte de um caldo de cultura que talvez permita, um dia, que aconteça aquilo que a gente vê tanto nas canções americanas: that dreams come true.

Marilia Arnaud
Nilto, obrigada pelo presente de Natal. De pronto, o título do seu livro mexeu comigo. É que muitas vezes me pergunto por qual razão abro mão de estar em família, com amigos, de viajar, ir ao cinema, enfim, viver, para simplesmente escrever. Honestamente, não tenho resposta. Será que prefiro viver outras vidas, as dos meus personagens, do que a minha própria? Sei lá! Sabemos tão pouco de nós mesmos... Impressionante o número de leituras que fez entre 1986 e 1992!  Em algum momento você decidiu que deixaria de fazer críticas literárias para não perder mais amigos. Isso de fato aconteceu? 

Dimas Macedo
Nilto, bela a crônica sobre os cinco livros. Mas o que está bom mesmo é ler o seu diário Menos Vivi que Fiei Palavras. Cheguei ontem de viagem e me agarrei com seu livro. Li umas 60 páginas e estou gostando da leveza e desse novo gênero. Você, meu Poeta, é um escritor inesgotável.

João Carlos Taveira
Recebi hoje à tarde o exemplar de seu livro Menos vivi do que fiei palavras. Obrigado. Já andei dando uma espiada e gostei do que vi, do que li. Nesse fim de semana vou devorá-lo inteiro e depois lhe digo. Esse diário certamente vai dar em outros volumes, espero. Você cita alguns autores, mas o que mais se aproxima de sua temática é o Sérgio Milliet — que registrou muito pouco de sua vida privada; o grosso das notas são considerações críticas sobre livros, autores, músicos, artistas plásticos, et alii. Parabéns por mais essa publicação e obrigado pelo meu texto na segunda orelha do livro.
         Sabe que comigo aconteceu algo semelhante. Durante muito tempo apontei quase que diariamente reflexos do meu desjeito dentro do mundo, mas estava ficando meio à la Kafka e acabei desistindo. Os cadernos estão guardados. Você tem razão, o blog é mesmo uma espécie de diário, e eu, pegando carona no seu veículo, de vez em quando publico alguma coisa nesse sentido. Assim, o registro de nossas inquietações fica devidamente registrado. Por isso, lhe sou e serei eternamente grato. 
        Dia desses pensei em colocar fogo nessas bobagens escritas há mais de 20, 30 anos. Publicá-las eu não vou. Demandaria muito trabalho de revisão, de reescritura, e não vale à pena. Quando eu morrer, a família só irá querer saber se deixei dívidas ou se tinha algum dinheiro escondido debaixo do colchão. Pois é, ainda tem esse negócio de moralismo, de patrulhamento. Ainda bem que a Poesia nos salva desse cotidiano medíocre e absurdo em que vivemos.
        Já li 50 páginas do seu livro, cujo título é um decassílabo sáfico: Menos vivi do que fiei palavras. Olhe, estou gostando imensamente de tudo: temática, linguagem, vocabulário (descobri uma palavra que não conhecia: copelação), tratamento frasal. Depois, lhe digo mais. Fraternalmente.

 
Valdemar Neto Terceiro
Caríssimo, recebi seu livro ontem, antes de sair para o trabalho... Confesso que, pelo resto do dia, até a boca da madrugada, ele foi lido e lido...
Achei-o bem intrigante, pelo ponto de vista em que o autor fala de si e de suas obras... Confesso que achei o título belíssimo.
Como sempre, Nilto, muito obrigado por esse presente... Foi uma das grandes leituras que tive no ano (acredite, havia comprado num sebo 'os contos da montanha', parei de ler e te dei toda a atenção, [risos] e valeu a pena e muito!). Forte abraço, que vivas mais e fias mais palavras...

Ronaldo Cagiano
Recebi o exemplar de “Menos vivi do que fiei palavras”, contendo suas crônicas e impressões literárias ao longo dos anos. Um painel sincero de suas observações sobre livro e autores.Mais uma vez vc me prestigia com um texto meu na orelha. Abraços.
Nilto, um livro e tanto, é um Nilto sem meias palavras, confessional e angustiado com a mediocridade literária.

Jorge Elias Neto
Caro Nilto Maciel, bom dia! Acabo de receber seu livro Menos vivi. Belíssimo título. Só ele daria matéria de muita conversa... Compreender nossa relação com a palavra... Somente os apaixonados, os dependentes... Nós. Muito obrigado pelo presente.

Anderson Braga Horta
Nilto, Obrigado por esses seus “diários de literatura”, em que você exibe algo de seu fazer literário, pratica um pouco de crítica e faz algumas confissões, de que destaco a sua luta persistente com o nosso meio editorial, cada vez menos sensível ao que não seja best-seller, isto é, pacote pronto e acabado, barato e com publicidade previamente acoplada, sem interesse cultural mas, em compensação, sem risco e sem necessidade de empenho e engenho por parte do comerciante.

Alberto Bresciani
Caro amigo, com alegria, recebi o seu Menos vivi do que fiei palavras. Uma bela edição, que será de valiosa leitura. Muito obrigado pela lembrança e gentileza! Sim: valiosa leitura. Sempre apreciei história e história contada a partir do ponto de vista pessoal das personagens que os franceses chamam "petite histoire". Esse enfoque em razão de gostar de pessoas e por apreender e aprender com suas experiências. O seu livro é assim. Notei ao começar a leitura. Já nas primeiras páginas, vejo observações instrutivas, tudo com o estilo leve e fluido que percebo em sua sólida literatura inclusive nos textos de seu blogue, que tenho acompanhado com interesse. Aliás, senti-me recompensado e premiado pela sua postagem generosa de hoje. Estou agradecido a você e Sofia (uma personagem? Existe mesmo?). Pena ter-se mudado daqui. Teria um aluno a mais. Concluo afirmando que a literatura tem sido, para mim, usando a expressão da Wislawa Szimborska, uma tábua de salvação ­ pelo que leio e, muito além, pelas pessoas que vou conhecendo. Assim é que, por tudo, sou-lhe grato.

Assis Coelho
Nilto, recebi o seu "Menos vivi do que fiei palavras" que é um livro prenhe de ensinamentos (embora não seja este seu intento) e através dele conhecemos sua idiossincrasia (eita palavrinha!) e nos faz lembrar mais uma vez que os mercadores de livros não estão interessados em Literatura. Se estivessem, lhe publicariam e outros merecedores de tal, sem fazer favor nenhum. Continue nadando contra a maré! Grato e até breve. 

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