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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2006

Moisés e o mundo (Nilto Maciel)



 
Antes do trovão, aquele ronco medonho dos deuses, faíscas gigantescas incendiaram, num átimo, o céu e a terra. O mundo pegava fogo, feito coivara.

Portas e janelas do castelo se abriam e fechavam, empurradas pela ventania e pelo medo. Gritos de assombro e socorro ensurdeciam Moisés. O bom rei seu pai dava ordens aos servos, a severa rainha não se controlava; e o alvoroço foi mui grande na corte. E, por esta razom, a filha del rei, que havia nome Sofia, veendo o grande mal e destruiçom que viinha aa terra, jo-gou-se aos peitos de seu irmão, derretida em lágrimas e lamentos.

Outros poetas de Goiás (Nilto Maciel)


A poesia de Aidenor Aires apresentada em Lavra do Insolúvel é um misto de telurismo goiano e de universalismo: os rios (“Aqui tudo infunde passado / até o rio corre / como se fosse arrastado”); a fauna (“O boi é apenas sangue fluindo”); a flora (“Entre os seres humildes/ da floresta / acendias o alto facho/ de teus ramos verdes/ e da terra suprias tua fome/ e a mesma terra morna/ nutria tua sede”). Pode-se até falar de um regionalismo pós-regionalismo. Tudo construído com a melhor ferramenta da arte poética, voltada para as grandes dores do homem: do primitivo aos catadores de ouro.