Está nos dicionários: Cruel. Adj. 2 g. Que se compraz em fazer mal, em atormentar ou prejudicar. Duro, insensível, desumano. (Do latim crudelis ou crudele.) Crueldade. S. f. (Do lat. crudelitas –atis ou crudelitate.). Subentende-se que a crueldade seja uma qualidade humana e não de todos os seres vivos. Assim não entendo. Os animais também são cruéis, pois também são duros, insensíveis, severos, rigorosos, sobretudo no ato de matar a presa. Mas isto não importa aqui. Quero falar do livro Contos cruéis – As narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea, organizado por Rinaldo de Fernandes e editado pela Geração Editorial, São Paulo, 2006. São 47 contos “dos anos 70 (ou mesmo um pouco antes) aos dias atuais”. O organizador adotou dois critérios básicos para fazer a seleção: “convidar nomes importantes da ficção atual (de várias regiões do país)” e “incluir alguns contos já consagrados da literatura brasileira contemporânea”.
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quarta-feira, 5 de abril de 2006
segunda-feira, 3 de abril de 2006
O sonho do meliante Guimarães (Nilto Maciel)
Acordo sempre suado, o coração fogoso, gritando pela mulher, como se ela pudesse me acudir e evitar minha queda. Ela se revira, me chama de danado, foge de minhas mãos trêmulas, pula da cama, acende a luz, chora e berra. É sempre madruga-da, tem chovido fininho e faz um frio bom para se dormir.
– Como foi o sonho? Você sonhou comigo, Guimarães?
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