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quarta-feira, 19 de abril de 2006

Rede de cobras (Nilto Maciel)



O nome de Pedro Campos aparecia duas vezes na notícia das “atrocidades cometidas pelos fazendeiros contra os índios”. O jornal só podia ser dos comunistas.

– Até rima com jornalista.

Os homens da fazenda olhavam para o chão, parados, feito marmotas. Nem tossiam.

– Cambada de putos!

Um pouco de Braga Montenegro (Nilto Maciel)




Estive uma vez com Braga Montenegro. Se não me engano, em 1976. Logo depois, já em Brasília, recebi dele uma carta.

Nascido em 28 de fevereiro de 1907, em Maranguape, Ceará, Joaquim Braga Montenegro viveu na Amazônia durante sete anos, de 1925 a 1932. João Clímaco Bezerra anotou: “E quase menino ainda, franzino e pobre, rumou para a aventura da Amazônia, onde acabaria de crescer diante dos rios lendários e da paisagem bravia.” No entanto, os melhores anos de sua vida de escritor ele os viveu em Fortaleza, onde leu, primeiro, desordenadamente, e, depois, “com uma sistematização e um espírito seletivo dificilmente encontráveis nos autodidatas legítimos”, no dizer de Clímaco. Faleceu aos 73 anos de idade.