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sábado, 15 de julho de 2006

Joana d’Arc e os amantes (Nilto Maciel)




Jacques olhou para a cama e sorriu. Isabel despia-se, lentamente.

— Posso acender a luz? — ele perguntou.

Haviam se conhecido duas ou três horas atrás. Num cinema. A história de Joana d’Arc sempre o interessava. Além do mais, gostava de filmes. Isabel, porém, não se lembrava de algum dia ter ouvido qualquer referência à donzela de Orléans.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Aquele homem de asas (José Peixoto Júnior)


(Nilto Maciel, ao lado de ChicoMiguel de Moura, à esquerda, em Havana)

As asas de Ícaro, filho de Dédalo, criatura de Ovídio, eram pregadas ao corpo com cera de abelhas; as do Ícaro do “Navegador” deveriam sê-lo com cera de ouvido, para não fugir da utilização de substância idêntica em idêntica finalidade. Assim, com ceroma e com cerume a lhes suster o órgão principal do vôo, os avoadores precipitaram-se da Serra de Baturité, um rumo ao Nordeste e o outro ao Centro Oeste. O primeiro confundiu o azul do mar com o azul do céu e suas penas molharam-se, virando espuma do mar. O outro atingiu o centro do mapa.
Antes do voo, tanto o Ícarozão quanto o Ícarozinho estiveram envolvidos com os “Guerreiros de Monte-mor”. Haviam partido da “Estaca Zero” acossados, depois da tentativa homicida com o “Punhalzinho cravado de ódio”, isso em decorrência da intriga gerada n’"A Guerra da Donzela". Foram verdadeiros “Tempos de mula preta”! À toa, vagabundavam numa busca à-toa de “Itinerário”. Até que “O cabra virou bode”, não com medo do “chupa-cabras”, mas para enfrentar “As insolentes patas do cão”. Cão cão, não cão dos infernos. Em seguida, já tranquilos, meteram-se entre “Os varões de Palma”.