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domingo, 20 de agosto de 2006

A leste da morte (Francisco Carvalho)



Em dezembro de 1992, quando li a ficção de Nilto Maciel, em As Insolentes Patas do Cão, tive a inarredável convicção de que se tratava de um dos mais brilhantes expoentes da moderna literatura brasileira nos domínios do romance e do conto. As produções por ele posteriormente publicadas (Vasto Abismo, 1999, A Última Noite de Helena, 2005, e A Leste da Morte, 2006) vieram confirmar minhas expectativas acerca dos impulsos e estratégias de que se utiliza o escritor cearense na elaboração de suas narrativas.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

A prosa com arte de Chico Lopes (Nilto Maciel)




O primeiro livro de contos de Chico Lopes – Nó de Sombras – saiu em 2000. O segundo – Dobras da Noite – se publicou em 2004. São narrativas longas, se comparadas aos minicontos que vêm sendo publicados no Brasil há algum tempo. No entanto, não se deve dar importância ao número de páginas de uma obra. Importa tão-somente o valor literário dela.

O fôlego do contista o leva a longas caminhadas pelas cidades de seus dramas. Quer dizer, o faz conduzir seus personagens por ruelas, becos, córregos, chácaras, bairros periféricos. Essa cidade não tem nome explícito e pode muito bem ser Poços de Caldas, Minas Gerais, onde vive o escritor há alguns anos, ou a cidade onde nasceu, Novo Horizonte, interior de São Paulo, onde viveu por quarenta anos. Há vagas referências aqui e ali a nomes de logradouros: Rua Penha Lopes, Praça Coelho Neto, Rua Décio Paiva. Mas isto não indica nada. Mesmo quando um personagem diz: “só vejo o dedo que aponta para os trilhos inúteis da Mogiana”.