No julgamento histórico dos Lobos, os juízes e acusadores, condignamente trajados, ora fumavam, ora cochilavam, ora bebiam água.
Horas e dias assim, fatigantes, calorentos, palavrosos. Os réus amparavam-se uns nos outros, comunicavam-se entre si por gestos, códigos, ruídos imperceptíveis aos homens da corte. Os mais sagazes sempre arranjavam jeito de transmitir a melhor resposta aos mais ingênuos. E conseguia o grupo enfurecer cada vez mais os gordos e imprevisíveis julgadores.
– Responda você – o juiz-presidente apontou para um dos acusados – sem errar, sem tomar fôlego: quem foram Remo e Rômulo?