(Caos, desenho de Daiane Oliveira)
O lixo inundava as ruas. Um e outro transeunte ia e vinha, passo lento, olhos enfiados nas vitrines. Nos estádios, porém, não cabia sequer mais um espectador. Repletos também os bares. Falava-se de tudo, menos da fumaça que empestou o ar na parte da manhã. Mais cedo ainda, uma pequena explosão, lamentada pelas autoridades, matou alguns operários desclassificados que transitavam pelas proximidades da fábrica. Durante todo o dia a polícia esteve de prontidão nas ruas. À noite, ao ranger das camas e ao gemer dos casais, a catástrofe do começo do dia virou pura invenção de bolchevistas.