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quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Inventário de Quinca Manco (Nilto Maciel)


Como se não lhe fosse possível entender que um dia o silêncio se apossa para sempre de mudos e tudos, Chico Maneta deu bom-dia, arrastou um tamborete para mais perto de Quinca Manco, sentou-se e pôs-se a recontar casos tão antigos e esquecidos que quem os ouvisse certamente pensaria tratarem-se de sonhos ou lendas.

Coberto de moscas, o corpo magro e quase nu do velho amigo parecia dormir, estirado na rede suja, sem varandas, tranças ou trancelins, e de punhos e mamucabas rotas. 

Babel (Silvério da Costa)


Trata-se de mais uma dádiva do desmedido talento deste contista que nos surpreende a cada novo livro que edita, com sua forma inconfundível de narrar os fatos do cotidiano, da vida, do mundo e do submundo, com todas as suas quizílias e espantos!