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quarta-feira, 1 de novembro de 2006

A brincadeira (Nilto Maciel)




A última brincadeira de Alberto terminou mal. Funeral nem houve. Os parentes mais próximos choraram, mas sequer viram seu cadáver. Como estaria? Mutilado, disforme, horrível?

Alberto, um meninão. Ninguém o levava a sério. Para quê, se ele brincava até de chorar e rir?
O mundo é uma peteca, dizia. E largava a palma da mão no tempo.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Uma novela de Nilto Maciel (Dimas Macedo)



Ao terminar a leitura do primeiro capítulo de A Guerra da Donzela, de Nilto Maciel, confesso que não resisti à tentação de voltar às páginas de Crônica de Uma Morte Anunciada, de Gabriel Garcia Márquez. É que a semelhança dos relatos ficcionais desses dois escritores em torno da apreensão da gente de uma pequena cidade nos parecia tão propositalmente tecida, que em determinado momento da leitura nos assaltou a sensação de que em verdade estávamos diante de uma narrativa do grande romancista colombiano, Nobel de Literatura de 1982.