Nilto Maciel (...) retoma o discurso de um tempo mítico que perdura na esfera da realidade e é produção do pensamento, num estágio em que se convencionou chamar de sonho a imaginação. Ali a imagem é uma metáfora que se amplia até transformar-se em mito, em realidade literária, cujo domínio pertence à linguagem enquanto duplo da linguagem hegeliana, linguagem do simbólico, da negação do real, da afirmação portanto do ser enquanto identidade e diferença.
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sábado, 9 de dezembro de 2006
As ceias (Nilto Maciel)
Serviam-se, escrupulosos.
— E as crianças? — quis saber Mário, garfo à mão.
A mastigar arroz e carne, Políbio olhou para os olhos do amigo, e, a seguir, para o quadro pendurado à parede, próximo à cabeça de Mário.
Os meninos viam televisão num dos quartos. Almoçaram cedo. Viviam com fome. Comiam feito lagartas. Todos riram, menos Sônia. Exagero do marido. Os coitados nem conseguiam engordar, tanto estudavam.
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