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domingo, 18 de fevereiro de 2007

Vou ser herói, Maria (Nilto Maciel)




Transtornado, o homem recusava abrir a porta do elevador. Se do lado de fora estivesse um tigre à sua espreita? Vários tigres? Um horror! E tremia todo. Não conseguia nem sequer se manter em pé. Melhor sentar-se. E esperar, esperar, esperar. Passaria toda a noite, e quantas noites fosse preciso passar, dentro do elevador. Não, morreria de inanição e tédio. E se o tigre, os tigres abrissem a porta? De manhã os vizinhos, sua mulher só encontrariam alguns ossos. Nunca saberiam como e por que sumira tão misteriosamente. A ossada poderia ser de outro. Talvez de um cachorro grande. Nunca de um homem, dele. Não havia canibais na cidade. Nenhuma notícia deles.

A última noite de Helena (Dias da Silva)



(Igreja matriz de Baturité, isto é, de Palma, de cuja torre Helena foi jogada)


O lançamento deste livro de Nilto Maciel foi uma festa bonita. Com bastante gente enchendo o salão. Leitores muitos, portanto. Com certeza, em vista do valor da obra lançada e do destaque do Autor em meio às letras cearenses.
Ora, isso bota muita alegria na gente. Como um triunfo. Imagine-se o que vai na alma do autor flechando-lhe o espírito. Porque, amigo leitor, são pessoas se reunindo em torno de livro. Por causa de livro. E toda aquela gente estava ali, naquela noite, para festa de livro. Porque o contrário é o mais acontecido: número reduzido de público nesses momentos. Quase sempre. Por isso, foi uma coisa que encheu a gente de renovada admiração.