Ontem, como sempre, fui ao Derby. Não gosto do Derby, mas vou lá todas as noites. As pessoas que conheço estão sempre viajando ou, se estão em casa, estão dormindo ou têm visitas. Por isso, vou ao Derby. No Derby ninguém viaja, ninguém dorme, e nunca apareceu uma visita.
Ninguém entra no Derby. Além dos garçons sonolentos, encostados nas paredes ou nas mesas, só nós ficamos lá. De vez em quando, alguém pede um conhaque ou um café, ou então, de repente, se escuta um pigarro ou um suspiro. Mas é só. Quando o relógio bate as horas, só os garçons sabem que horas são. Para nós, as horas não são horas. São apenas ruídos de relógio.