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segunda-feira, 19 de março de 2007

Sonho e Realidade na prosa de Nilto Maciel (Carlos Augusto Silva*)



Há livros que pedem uma leitura cuidadosa, há os que pedem uma leitura intelectual, consciente de cada instrumento utilizado, investigativa, crítica, cujas pretensões transcendem a do divertimento, a do entretenimento, na melhor acepção que essa palavra possa vir a ter. E há livros que pedem, além dessas peculiaridades apontadas, uma outra nuance, que não surge em importância numa plenitude de novidade, mas sim numa esfera que seja capaz de unir cuidado, atenção, recursos comparativos que busquem na tradição literária seus motivos de concepção e trabalho, e mais que tudo isso, algo raro hoje em dia: sensibilidade. A obra de Nilto Maciel pede de seus leitores esses quesitos: que apareçam em maior ou menor grau, mas devem existir para que uma leitura minimamente abrangente dele se faça. É obra de artista. Trabalho de ourives, seja na linguagem ou na tessitura do(s) enredo(s).

Tempero de Amélia (Dimas Macedo)



O estatuto da sensibilidade fincou-se, há anos, na contramão da história. Assim como resistir é preciso, faz-se indispensável também que os potenciais de ternura não se percam nunca e que a arte, assim como a vida, seja a grande resposta a iluminar os caminhos do homem.

O que é amor? A arte amorosa é um nada quando se quer tão-só a pulsação do sexo e a deformação do corpo e de todas as suas formas plurais de energia. O corpo é a matéria porosa mais sofisticada e é totalmente iluminado pelas formas divinas do sagrado.