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quinta-feira, 10 de maio de 2007

Vida, obra e mito: a auto-construção de Alejandra Pizarnik (Ana Maria Ramiro)


(Alejandra Pizarnik)


"Sobre negros penhascos se precipita
embriagada de morte
a ardente namorada do vento".
(Georg Trakl)


"A letra de Alejandra era pequenina, como um caminho de
formigas ou um minúsculo colar de grãos de areia. Mas
esse fio, com toda a sua leveza, não se apagará nunca,
pois é um dos fios usados para entrar e sair do labirinto".
(Enrique Molina)


Há 70 anos, em 29 de abril de 1936, nascia em Avellaneda, Buenos Aires, Alejandra Pizarnik, uma das mais importantes escritoras latino-americanas do século XX. Uma mulher libertária, "uma poetisa ávida pelo naufrágio", como dizia seu amigo e também escritor, Júlio Cortázar, e até hoje, relembrada pela crítica e mitificada pelo público, que se deleita com a leitura tão profunda de uma existência humana.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

A divisão do mundo (Nilto Maciel)


Na latrina, Carlos Magno cismava. Conquistar mais terras, expandir o reino, o Regnum Francorum, tornar-se Imperador do Ocidente. No entanto, aquela dor não passava. Maldita comida! Mandaria matar todas as cozinheiras do palácio.
Sim, um novo Império Romano, milhares e milhares de soldados e súditos, terras e mais terras para pilhar, pisar e legar aos filhos.
A dor tornou-se mais intensa. Gemer, a sós, não lhe tiraria o cetro, o título de Rex Francorum et Langobardorum. Mesmo assim, nunca mais comeria tanto. Já não era tão moço.