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terça-feira, 22 de maio de 2007

Brinco de miçanga (Vera do Val)



Zé ia passando quando viu o brinco vermelho, pingente de sangue e desejo, misturado nas quinquilharias da banca da Nana. O mercado estava cheio, ele foi empurrando as gentes, se achegando, preso no brilho, tocou com o olho, foi escorregando devagar. Depois aproximou o dedo e titilou de leve, sorriso abrindo a boca desdentada. Tomando confiança segurou a miudeza e trouxe pra mais perto. A cascata de miçangas vermelhas cintilou, o sorriso dele alargou-se. Ofegou, o coração deu um salto, sentiu a boca seca.

Bicho asqueroso (Nilto Maciel)



















Três dias antes de morrer, Euclides Azevedo leu uma biografia de Arnaldo de Bréscia. Pouco mais de cinqüenta páginas. O livrete fazia parte de uma coleção. O primeiro volume biografava Frederico Barba-Roxa. Os volumes seguintes eram dedicados a Carlos Martel, Carlos Magno, Henrique IV, Ricardo Coração de Leão e outros monarcas.