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segunda-feira, 25 de junho de 2007

A dança simbólica de Luciano Bonfim (Angel Cabeza)



 
Escrever literatura em um país que “quase” não lê literatura é uma tarefa árdua. Muitos ficam pelo caminho. Outros entram na miragem do deserto literário e jamais retornam. Escrever é padecer de suas palavras. Escrever não é um dom, mas um trabalho em que poucos são destacados e muitos são crucificados.

domingo, 24 de junho de 2007

Hora de despertar (Nilto Maciel)

























Filho desnaturado – disseram vizinhos de Bartira.
Num domingo de muita luz, Oliveiros beijou a testa de sua mãe, pôs uma fita no gravador e saiu, pé ante pé. “A qualquer hora o espectro do sono flutuará na penumbra da sala.” Pareceu-lhe ouvir o chamado da doente e voltou. Os olhos dela o fitaram como se o fitassem há tempos, desde o princípio de tudo. “A qualquer hora seremos amputados pelo alfanje do vento.” Ele a beijou de novo e arrastou para mais próximo dela a mesinha com as fitas e o gravador. Quando quisesse ouvir outra fita, bastaria esticar o braço. E garantiu voltar logo.