Documentos revelam que Brasília nasceu no mar. No final de 1956, Lúcio Costa (1902-1998) viajara para Nova Iorque para participar de um evento. Foi na volta, a bordo do navio argentino Rio Jachal, que Lúcio fez o que é considerado o primeiro esboço do Plano Piloto. Sim, pensou a cidade no mar. No dia 11 de março de 2007 fez 50 anos que o urbanista e arquiteto entregou o trabalho à comissão julgadora que avaliaria os projetos apresentados. Ele venceu o concurso do plano urbano de Brasília, "com um trabalho de feição amadora, sem um único cálculo.” Para muitos, "nascia ali o maior mito do urbanismo brasileiro". (Ver suplemento "Mais", da Folha de São Paulo, 11 de fevereiro de 2007).
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terça-feira, 4 de setembro de 2007
domingo, 2 de setembro de 2007
Meu filho Matias Beck (Nilto Maciel)
Estive em Amsterdã durante três dias. Na bagagem levei um dicionário inglês-português, português-inglês. Em Paris procurei dicionário holandês-português, português-holandês. Não o encontrei e viajei preocupado. No entanto, ao me encontrar com Jacob Komrij, meu tradutor e futuro cicerone, voltei a sorrir. Mal nos conhecemos pessoalmente (durante um ano trocamos cartas e conversamos por telefone), ele me presenteou um pequeno livro, um dicionário holandês-português, português-holandês, de sua autoria. Porém avisou logo: eu não iria precisar do dicionário em nenhum momento. Ele estaria comigo durante os três dias de minha estada em seu país. E já havia programado todos os minutos de minha vida: livrarias, jornais, televisões, as igrejas góticas Oude Kerk e Nieuwe Kerk, a Casa de Rembrandt, o Museu Van Gogh, os canais da cidade etc. Ao nos despedirmos à noite, após o jantar no hotel, combinamos encontro na manhã seguinte, às dez horas. Iria ao hotel. Dormi logo, embora pensando naquela aventura. Ora, quem diria, conhecer quase toda a Europa, em dois meses. E ainda ver de perto alguns de meus livros em inglês, francês, espanhol e até holandês. Sentia-me o verdadeiro escritor satisfeito consigo mesmo. Não digo orgulhoso, vaidoso, que isto não tenho sentido quase nunca.
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