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sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O invisível Isaías (Nilto Maciel)

























Nunca vimos Isaías e muito menos o seu coelho. Um vizinho nosso nos disse: Isaías mora num sítio, cercado de galinhas, perus, porcos, cabras, bodes. Tenho muita vontade de falar com ele, conversar. Se isto não for possível, quero vê-lo. Imagino-o de barba branca, chapéu velho, mas bem cuidado, roupas limpas, sandálias ou alpercatas, um cajado. E, se não for assim, não vou me decepcionar. Papai anda aborrecido ultimamente. Talvez porque Isaías não aparece. Perguntei-lhe se Isaías ainda será menino. Ele olhou para mim com espanto e saiu resmungando. Fiquei mais triste ainda porque Natália riu na minha cara, como se eu fosse um bobo ou papai não gostasse mais de mim. 

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

“Ave, Palavra”, de Guimarães Rosa: os pássaros e o Sul de Minas(Chico Lopes)



 
“Ave, Palavra”, deve-se dizer de início, é para fãs de Guimarães Rosa. Dificilmente alguém que não tenha freqüentado um tanto do universo do escritor e amado cada momento de, por exemplo, “Grande Sertão: Veredas”, poderá gostar do livro e aceitar as brincadeiras de Rosa com a palavra.