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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Noite de Natal (Ailton Maciel)



A noite em minha terra é como o rio:
Vai passando o luar, vai suspirando;
Ora um roncar no alto se espalhando;
Ora um soprar do vento denso e frio!

Não vacila ou reflete num desvio:
Prossegue calma, triste, despejando
O orvalho que do céu vem derivando
À conquista dum peito doentio!

Além voa um ......................... lamento*
De algum amor vadio e penitente;
Chora o luar em lágrimas, demente.

... E na calma do amor, do sofrimento,
Olhos que choram, riem transfundindo
O amor da natureza refletindo!

Fortaleza, 17/5/58
* Não foi possível ler, nos originais, a palavra que antecede "lamento".
Ailton Maciel deixou alguns inéditos. Ailton Alves Maciel (nome completo) nasceu em Baturité, Ceará, em 7 de março de 1943. Em vida nada publicou, embora tenha escrito inúmeros poemas, romances e contos. Sua obra mais importante desapareceu. Talvez no incêndio doméstico que quase o matou, em Brasília, onde foi viver (e morrer) no início dos anos 1970. Sua morte clínica se deu no dia 22 de outubro de 1974. Apenas quatro contos se salvaram: "Santa Caçada", "O Touro", "O Careca" e "O Presente da Professora", publicado na revista Literatura n.º 24, de 2003. Outros onze fragmentos encontrados podem ser de contos e romances.
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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Paco Bernardo



Caro Maciel:
Estou tendo a oportunidade há seis meses de trabalhar num projeto de recuperação, digitalização e divulgação da obra de Paco Bernardo, poeta italiano nascido na década de 1940 que, em razão de sua educação, sempre escreveu em português. Jamais publicou um livro, tendo levado sua vida longe dos centros acadêmicos: viajou por cerca de 80 países, jamais fixando residência numa região por mais de dois anos e sempre estando ligado a uma poesia experimental, intimista e estilisticamente variada. Trabalhou também em cinema, fotografia e teatro.
Em suma: faço parte de um pequeno núcleo formado por amigos do poeta (eu jamais o conheci, tendo ingressado quase sem querer) que tentam, como disse, mostrar um pouco da poesia de Paco Bernardo, poeta que, não fosse esse tímido projeto, talvez já tivesse caído no completo ostracismo. Sua obra é vasta (produz até hoje), só tendo sido digitalizada basicamente sua produção mais antiga (final da década de 1950).
Ficaria feliz se pudesse levar o nome de Paco Bernardo adiante: conhecendo o que já fizemos até então.
Seguem abaixo os links em que você melhor poderá se informar sobre o poeta:
http://pacobernardo.com.sapo.pthttp://pacobernardo.110mb.comhttp://aparedeeosanguedela.blogspot.com (blog gerenciado pelo próprio Paco Bernardo)http://www.4shared.com/account/dir/8340175/620fb8f5/sharing.html?rnd=61 (reunião dos eBooks até o momento digitalizados pelo núcleo - 4shared.com)
paco_bernardo@yahoo.com.brDesde já agradeço,
Thiago Mattos, fundador do Movimento Cinema Livre (cinemalivre.blogspot.com)
webdesigner do OiCult (oicult.blogspot.com) e webdesigner do Núcleo de recuperação e divulgação da obra de Paco Bernardo (links acima)
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