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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Canção da água, um romance (João Carlos Taveira*)


O médico Carlos Magno de Melo certamente encontrou na literatura o mesmo que autores como Dante Alighieri, A. J. Cronin, Pedro Nava, Moacyr Scliar, entre outros, vislumbraram, antes, durante e depois do exercício da medicina: a possibilidade de se dedicar também a algo que traz no seu bojo a vida e seus desmembramentos. Tanto a medicina quanto a literatura lidam diuturnamente com problemas humanos e, muitas vezes, se misturam em terrenos patológicos ou psicológicos. Escrever nada mais é do que prescrever soluções para os problemas alheios, com certa dose de alívio e contentamento para quem emite a receita. O médico precisa tanto de seus pacientes quanto o escritor de leitores. E essa correlação, explícita no sentido ontológico, é que, me parece, determina a atração para as duas profissões: o contato com seres fisicamente enfermos e abalados psicologicamente ou seres em busca de beleza e de compreensão da própria vida. Todo leitor, em essência, é um curioso do conhecimento, um potencial aprendiz…

domingo, 10 de abril de 2011

Espelho meu (Belvedere Bruno)



Chego em casa exausta após percorrer várias ruas alagadas pelos temporais. Minha calça jeans pesa. Meus tênis são lama pura. Ao banhar-me, tento retirar a sujeira de meu corpo enquanto reflito sobre as de minha alma.