Como qualquer leitor, conheço centenas de obras da literatura brasileira dos anos 1970 em diante. Isto é, livros editados durante minha formação intelectual. Porque divulgava o jornalzinho Intercâmbio (1974/76) e a revista O Saco (1976/77), consegui me pôr em contato com centenas de poetas, contistas e romancistas de todas as regiões. Muitos deles se tornaram meus amigos. Alguns se fizeram muito conhecidos, como Glauco Mattoso. Outros foram publicados por grandes editoras, mas não tiveram seus nomes inscritos na lista dos preferidos dos articulistas e dos mestres e doutores em Letras. Nem aparecem nos modelos repetidos dos resenhistas: “Desde Guimarães Rosa não aparecia escritor tão...”. A crítica em livro ou periódico é sazonal: passa uns meses a falar bem de um fulano, depois o esquece, para dar lugar a outro gênio. O ensaísmo acadêmico parou no passado mais remoto. Se seus cultores pudessem, ficariam eternamente em Homero. Quando chegam a Guimarães Rosa, Clarice Lispector ou Samuel Rawet, é como se alcançassem a beira do abismo: param, arregalam os olhos de pavor, pedem proteção divina e, trêmulos, recuam a Machado de Assis. Arrependidos de tanta ousadia, prometem nunca mais dar passo tão perigoso.
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sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
A cabala da ficção (W. J. Solha)
Making of do romance Relato de Prócula
ÁLEF
ÁLEF
Impressionou-me a narrativa que o jornalista Nathanael Alves me fez quando fui visitá-lo no hospital, depois de uma tentativa, sua, de suicídio. Falou-me da decisão de dar um tiro no peito dentro de casa, seguida da preocupação com o impacto que isso teria dentro da família, pelo que imaginou ser melhor matar-se na BR, escolha deletada pelo escrúpulo de que isso envolveria estranhos em suspeita de assassinato, donde a solução final de dar cabo da vida no Fórum, seu local de trabalho. Ele me contou como foi: “Fechei-me no banheiro da repartição e fiz o disparo. Caí diante do lavabo e constatei que começava a acontecer comigo o que muitos relatam ter sido sua experiência de Quase Morte: vi minha vida inteira passar como num filme”.
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